A polícia identificou os nove suspeitos do envolvimento na emboscada que matou um sargento da PM carbonizado, no município de Barra do Corda, na última sexta-feira (10). Outros dois policiais foram baleados.
Entre os suspeitos, três irmãos lideravam o grupo: Antônio Fernandes da Silva, Adonias Fernandes da Silva e Atônito Joacir Fernandes da Silva. Eles são conhecidos como irmãos Caninana, em referência à serpente e estão sendo procurados pela polícia. Eles também são procurados por crimes de homicídios ocorridos no município de Tuntum, no Maranhão.
De acordo com informações das autoridades, o grupo de caçadores armou a emboscada e aguardou o momento exato para o ataque contra os policiais. As investigações apontam ainda que os oito policiais militares e um policial penal foram contratados por um fazendeiro para realizarem uma desocupação de um grupo de pessoas que haviam ocupado a área, eles são suspeitos de prática de milícia e foram autuados em flagrante.
Sete polícias foram detidos pela polícia ainda na sexta-feira (10), e encaminhados para uma Unidade de São Luís. Os outros dois policiais que foram baleados durante a emboscada e estavam internados em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Barra do Corda, estão foragidos.
O fazendeiro também foi identificado pela polícia e será ouvido nesta segunda-feira (13). O caso continua sendo investigado. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP), emitiu uma nota sobre o caso.
““A Secretaria de Segurança Pública determinou às Policiais Civil e Militar imediata apuração do ocorrido, bem como as providências necessárias. Nove policiais foram autuados em flagrante delito pelo crime de formação de milícias, sendo oito policiais militares e um policial penal. Desses, seis encontram-se recolhidos ao quartel de Barra do Corda e serão transferidos posteriormente para o quartel do Comando Geral em São Luís. Em razão das lesões sofridas, dois policiais militares foram levados para hospital e tão logo tenham alta médica também serão recolhidos ao quartel. O policial penal foi levado para o presídio da região. Ainda como resultado da ação, um policial foi morto. Para agilizar as investigações, ainda na noite de sexta foram enviados reforços às polícias Civil e Militar para a região onde os fatos aconteceram. Uma equipe do Instituto de Criminalística (Icrim) também foi encaminhada ao local para a realização de perícia. Por fim, a SSP destaca que não compactua com desvio de conduta dos agentes das forças e segurança e que vai atuar com rigor na apuração dos fatos, tanto no inquérito policial como por meio de procedimento administrativo instaurado pelo comando da Polícia Militar”.
CONFLITOS NO MARANHÃO
Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, o Maranhão é o 3º estado do país com o maior número de conflitos agrários. No ano passado, o Estado registrou 102 áreas de conflitos e sete mortes devido às disputas de terra no campo. Das vítimas, quatro eram indígenas, dois eram quilombolas e um era posseiro. O levantamento aponta que, atualmente, mais de 200 pessoas estão sendo ou já foram ameaçadas de morte devido aos conflitos.
CONFLITOS NO SUL DO MARANHÃO
Após uma invasão ocorrida no final do mês passado em uma fazenda no município de Governador Edison Lobão, o Sindicato Rural de Imperatriz se reuniu com parceiros da região, na sede do sindicato e depois em uma fazenda, para estabelecer estratégias para conter a invasão de Terras na região.
O sindicato fez uma parceria com o Movimento Invasão Zero e juntos fizeram um reconhecimento de área na região do Centro do Toin E Cipó Cortado para prevenir invasões.
O Movimento Sem Terra (MST) assumiu ser o responsável pela invasão da fazenda no município de Governador Edison Lobão. Os invasores só saíram da propriedade após intervenção da polícia e de pecuaristas da região. Mais de 150 famílias participaram da invasão.
Além da Polícia Militar que foi até o local negociar com os invasores, pecuaristas de Imperatriz e região também estiveram no local para dar apoio ao proprietário da fazenda que havia acionado a polícia e que logo mostrou a documentação de posse das terras.