Um indígena foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (16), no Maranhão, acusado por extração e comercialização ilegal de madeira em terras indígenas, inseridas na Amazônia Legal. A prisão ocorreu durante a operação Conluio Exploratório, na terra indígena Geralda Toco Preto, localizada entre os municípios de Arame e Itaipava do Grajaú.
Além do indígena, uma segunda pessoa investigada também era alvo de um mandado de prisão, mas ela não se encontrava no domicílio no momento da operação e agora é considerada foragida. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo Juízo da 8ª Vara Federal Ambiental e Agrária da Justiça Federal.
Os investigados foram indiciados pelos crimes previstos no art. 50-A da Lei 9.605/98 (pelo fato de ter desmatado, explorado economicamente ou degradado floresta nativa em terras de domínio público, sem autorização do órgão competente); art. 2º, caput, da Lei n. 8.176/91 (por ter explorado matéria-prima pertencentes à União, sem autorização legal), cujas penas máximas poderão ultrapassar os 09 (nove) anos, considerando que os investigados praticavam os ilícitos em continuidade delitiva, realizando as condutas de forma habitual.
A operação deflagrada hoje, é a segunda fase da operação Kreepym–Katejê, que identificou um conluio entre indígenas, madeireiros, fazendeiros e políticos locais na extração ilegal e comercialização da madeira, com a conivência por parte de alguns indígenas, ao permitir a extração de madeira, em troca de vantagem econômica indevida.
A primeira fase da operação Kreepym–Katejê ocorreu no dia 26 de março deste ano, quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão por extração e comercialização ilegal de madeira extraída também na Terra Indígena Geralda Toco Preto. Um dos beneficiados com o esquema, era um ex-vereador de Itaipava do Grajaú, dono de serrarias e movelarias na região.
De acordo com estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a terra indígena Geralda Toco Preta é a segunda Terra Indígena que sofre maior pressão de desmatamento.