Ocorre nesta terça-feira (30), a primeira audiência de instrução e julgamento de Eliseu Castro, acusado de assassinar brutalmente a jovem Ana Caroline Sousa Campelo, de 21 anos, em dezembro de 2023. O evento ocorrerá no Fórum Desembargador Kleber Moreira de Sousa, em Governador Nunes Freire.
Ana Caroline foi encontrada morta em uma estrada vicinal no município de Maranhãozinho, com o rosto desfigurado, sem pele, couro cabeludo, olhos e orelhas. Ela desapareceu enquanto voltava do trabalho de bicicleta, durante a madrugada.
As investigações identificaram Eliseu Castro como o autor do crime, levando à sua prisão em janeiro. O caso gerou grande repercussão nacional, com manifestações de entidades LGBTQIAPN+ exigindo justiça.
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) apresentou a denúncia após a conclusão do inquérito policial, e esta foi aceita pelo juiz João Paulo de Sousa Oliveira, da comarca de Governador Nunes Freire. Durante o julgamento, além do acusado, várias testemunhas serão ouvidas.
De acordo com o MP-MA, Ana Caroline foi morta por asfixia e de forma cruel, utilizando-se de meios que dificultaram sua defesa. As investigações sugerem que o crime foi motivado por razões ligadas à condição de gênero da vítima.
Na noite do crime, por volta da 1h, Ana Caroline estava voltando do trabalho quando começou a ser perseguida por um homem em uma motocicleta, identificado como Eliseu de Castro, conhecido como “Baiano”. Próximo à casa da vítima, em uma área isolada, Eliseu teria forçado Ana Caroline a subir em sua moto e a levado para uma estrada vicinal em direção ao Povoado Cachimbo, onde a matou por asfixia. Uma vizinha testemunhou ter visto Ana Caroline com um homem de camiseta branca em uma moto pouco antes de seu desaparecimento.
Imagens de câmeras de segurança registraram os momentos anteriores ao crime. As gravações mostram Ana Caroline pedalando pela Rua Nova Um em direção à estrada para Cachimbós. Momentos depois, um homem de camiseta branca em uma moto segue o mesmo trajeto.
Em 16 de fevereiro, a Perícia Oficial do Maranhão exumou o corpo de Ana Caroline para realizar exames criminalísticos, após solicitação da Polícia Civil, que alegou que o corpo havia sido enterrado sem nenhum exame pericial.
O corpo foi levado para São Luís, onde passou por perícia. A morte de Ana Caroline gerou protestos em várias cidades do país e uma reação da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, que classificou o crime como um ato de lesbofobia e ódio contra mulheres.