Um caminhão carregado de arroz tombou no final da tarde de domingo (21), na BR-226, em Barra do Corda (MA), e teve sua carga saqueada por dezenas de pessoas. Um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais mostra o momento em que moradores se aproximam do veículo tombado e começam a carregar sacos de arroz, mesmo com a presença de policiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no local.
De acordo com a PRF, a ação rápida dos saqueadores impediu qualquer tentativa de contenção imediata. A cena ganhou repercussão na internet e motivou a reação das autoridades.
O delegado Brito Júnior, titular da Delegacia de Barra do Corda, usou as redes sociais para alertar que os envolvidos no saque serão identificados e responsabilizados criminalmente. “Quem saqueia está cometendo o crime de roubo, e vamos agir para responsabilizar todos os envolvidos. Algumas pessoas já foram identificadas”, afirmou. Segundo ele, após a divulgação dos vídeos, moradores começaram a devolver espontaneamente parte dos sacos de arroz levados do caminhão.
Durante o saque, o motorista do veículo ainda estava preso às ferragens, recebendo atendimento de uma equipe do SAMU. O filho do caminhoneiro relatou, por meio das redes sociais, que o acidente foi causado por um buraco na pista, o que fez o veículo perder o controle e tombar. A carga havia saído de Porto Alegre (RS) e tinha como destino a capital maranhense, São Luís.
Apesar da gravidade do acidente, o condutor sofreu apenas ferimentos leves. Os danos registrados foram apenas materiais.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, o saque de mercadorias após acidentes é considerado crime. Dependendo das circunstâncias, os envolvidos podem responder por furto (Art. 155) ou roubo (Art. 157), especialmente se houver violência, ameaça ou a ação for realizada em grupo.
Além disso, a prática pode ser enquadrada como crime de receptação (Art. 180), caso alguém esteja em posse dos bens e tenha conhecimento de sua origem ilícita. A pena para roubo, por exemplo, pode chegar a até 10 anos de reclusão.
A Polícia Civil segue investigando o caso, e novas identificações devem ser feitas com base nas imagens divulgadas nas redes sociais.