O Tribunal do Júri da cidade de Bacabal, a 249 km de São Luís, condenou Jorge da Costa Lima a 29 anos, seis meses e 15 dias de prisão pelo assassinato do empresário e pecuarista Luiz Amorim Fernandes, conhecido popularmente como “Luiz da Banha”. O crime ocorreu em fevereiro de 2022 e provocou grande comoção na cidade. Luiz Amorim era pai do então secretário-adjunto da Secretaria de Indústria, Comércio e Energia do Maranhão (SEINC), Luiz Amorim Fernandes Júnior.
A sessão do Júri foi realizada na terça-feira (8), com a participação de 17 testemunhas ouvidas pela defesa e acusação. Durante o julgamento, ficou evidenciado o modus operandi do crime e as contradições apresentadas pelo réu. Segundo a denúncia do Ministério Público, o empresário, que tinha 79 anos, foi sequestrado no dia 26 de fevereiro de 2022. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte dentro de sua caminhonete, que havia sido abandonada em uma área de matagal próxima ao povoado Pedra do Rumo, região onde a vítima possuía uma fazenda.
O laudo pericial indicou que Luiz Amorim sofreu tortura, espancamento e cortes profundos na região do pescoço, indicando que houve extrema violência antes da morte. Inicialmente, a polícia chegou a prender duas pessoas suspeitas de envolvimento, mas estas foram liberadas por falta de provas. Jorge da Costa, que era caseiro da fazenda, foi inicialmente tratado como testemunha e alegou que ele e o empresário foram atacados por dois homens armados durante uma viagem na estrada.
Ele afirmou ter sido agredido, amarrado e encapuzado, conseguindo fugir posteriormente para buscar socorro em uma fazenda próxima, sendo levado a um hospital em Bacabal. Contudo, durante as investigações, contradições em seus depoimentos chamaram a atenção dos policiais, que passaram a considerá-lo o principal suspeito. Com base nas evidências, a prisão preventiva de Jorge da Costa foi decretada, e ele está detido há três anos em uma unidade prisional na cidade de Coroatá.
A motivação do crime, conforme apurado, teria sido descoberta da vítima sobre a venda não autorizada de animais pertencentes à sua fazenda. A condenação do caseiro marca o desfecho de um processo judicial que envolveu intensa investigação e que trouxe à tona uma tragédia envolvendo um empresário respeitado e uma família abalada pela violência.