Valdemiro Brito Gomes, de 16 anos, estudante do primeiro ano do ensino médio em São Bernardo (MA), transformou dificuldades de aprendizagem em uma trajetória de destaque. Sem diagnóstico de superdotação e após enfrentar obstáculos na leitura e na escrita durante a infância, o adolescente acumulou 40 medalhas em olimpíadas científicas e, recentemente, foi selecionado como astronauta análogo —um feito raro até mesmo entre adultos com formação em ciência espacial.
Os astronautas análogos participam de missões simuladas que reproduzem a rotina fora da Terra, com protocolos rigorosos e equipamentos semelhantes aos usados em estações espaciais. Valdemiro foi um dos nove selecionados entre 500 candidatos para integrar a Missão Cadete, da Estação Análoga Wogel, no Brasil. Durante três dias de treinamento, participou de atividades como pilotagem de drones, exercícios de sobrevivência, simulações de resgate e reparo de espaçonaves em emergências.
“Recebemos o mesmo tipo de orientação de astronautas de verdade, só que em um nível não profissional. Foi intenso e inesquecível”, disse Valdemiro.
Da sala de aula no povoado à ciência nacional
A trajetória começou em 2022, quando seu professor, Gerson Ricardo Farias, inscreveu alunos da zona rural na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Na época, a escola nunca havia conquistado uma medalha, mas Valdemiro persistiu. Com apoio de plataformas como a Medalhei, que ofereceu acesso gratuito a conteúdos de olimpíadas, ele acumulou conquistas em nível nacional.
“Ele tinha muita dificuldade, mas muita força de vontade. Era o único que me procurava para estudar para a Olimpíada de Astronomia”, lembra o professor Gerson.
As vitórias abriram portas para prêmios e eventos, incluindo o Prêmio AEITA Sócio-Mirim, da Associação de Engenheiros do ITA, e palestras em Brasília, onde representou o Maranhão como embaixador do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Mesmo após a perda da avó, que o criou desde bebê, Valdemiro decidiu continuar os estudos. “Ela era minha mãe e meu pai. Eu quase desisti, mas foi por ela que continuei”, relatou.
Futuro na Missão Alferes
Agora, o jovem se prepara para um novo desafio: a Missão Alferes, etapa mais avançada da formação de astronauta análogo, com provas de resistência física e mental. A seleção deve reunir mais de mil candidatos, mas Valdemiro acredita que pode avançar ainda mais.
“Meu objetivo é continuar aprendendo e mostrar que, mesmo vindo do interior, é possível alcançar grandes conquistas”, afirmou.
Com informações site UOL
 
			 
                                




 
			





