Dois homens foram presos no fim da tarde desta terça-feira (7) suspeitos de envolvimento na morte da mulher trans indígena Rubi, na região do município de Arame, no Maranhão. As prisões ocorreram na Aldeia Macaúba durante uma operação conjunta da Polícia Civil e da Força Estadual de Segurança. O caso é investigado pela Delegacia de Arame, que representou pela prisão temporária dos suspeitos após indícios de que ambos haviam se desentendido com a vítima e feito ameaças antes do crime.
O corpo de Rubi foi encontrado no dia 29 de setembro, em uma estrada vicinal de pouca movimentação, nas proximidades da Aldeia Capim Queimado, a cerca de 10 quilômetros da sede do município, na saída em direção a Grajaú. Moradores de uma fazenda acionaram as autoridades depois de localizar o corpo. A Polícia Civil instaurou um inquérito para esclarecer as circunstâncias do feminicídio e identificar todos os envolvidos.
De acordo com informações levantadas durante as investigações, Rubi vivia em situação de vulnerabilidade social e já havia sido vítima de outras violências. Em determinado período, ela chegou a morar em um veículo estacionado em via pública, no município de Arame. A polícia trabalha agora para reunir provas que possam subsidiar uma eventual denúncia do Ministério Público contra os suspeitos detidos.
A morte de Rubi causou grande comoção entre moradores da região e lideranças indígenas locais, que pedem justiça e mais proteção às pessoas trans e indígenas. Movimentos sociais também reforçaram o pedido de apuração rigorosa do caso, ressaltando que a violência de gênero e identidade ainda é uma realidade preocupante no interior do Maranhão.
Segundo dados da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), com base no Dossiê – Mortes e Violências Contra LGBTQIA+ no Brasil, o Maranhão registrou oito mortes de pessoas LGBTQIA+ em 2023 e sete em 2024. Os números referentes a 2025 ainda estão sendo compilados, mas os casos recentes demonstram a necessidade de ações mais efetivas de combate à violência e de garantia dos direitos da população LGBTQIA+ no estado.