A Justiça do Maranhão realiza, nesta quarta-feira (5), o julgamento de Eliseu Castro, acusado de assassinar Ana Caroline Sousa Campelo, de 21 anos, em dezembro de 2023, na cidade de Maranhãozinho, a 232 km de São Luís.
O crime causou grande comoção pela brutalidade. O corpo da jovem foi encontrado com o rosto desfigurado, sem a pele e com os olhos arrancados, quando voltava do trabalho. Eliseu Castro está preso desde 2024, apontado como principal suspeito do homicídio.
Imagens de câmeras de segurança mostraram Ana Caroline caminhando pela Rua Nova Um, via que dá acesso à estrada para Cachimbós. Segundos depois, um homem em uma motocicleta, identificado pelo Ministério Público como Eliseu, aparece fazendo o mesmo trajeto.
O réu será julgado por homicídio triplamente qualificado, com agravantes de emboscada, tortura e feminicídio — à época da denúncia, o feminicídio ainda era considerado apenas um agravante. O júri popular, que havia sido adiado em julho, contará com cinco testemunhas de acusação e depoimentos da defesa.
Caso reacende debate sobre lesbocídio
Para a advogada da família e assistente de acusação do Ministério Público, Luanna Lago, o caso de Ana Caroline representa um crime de ódio contra uma mulher lésbica, caracterizando o chamado lesbocídio.
Segundo Lago, o julgamento por júri popular é importante para dar visibilidade ao caso e reforçar que a sociedade não tolera mais a violência motivada por preconceito.
Ela destaca que uma eventual condenação pode fortalecer a luta para que o lesbocídio seja reconhecido como tipo penal, assim como ocorreu com o feminicídio.
O julgamento de Eliseu Castro é considerado um marco para os movimentos de defesa dos direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+ no Maranhão.










