Em Teresina-PI, uma empresária e fisioterapeuta foi presa na tarde de terça-feira (23), acusada de manter sua prima de 2º grau, de 27 anos de idade, em condições análogas à escravidão, cárcere privado e submetida a maus-tratos por 15 anos, no bairro Ilhotas, na zona Sul da cidade. A acusada já disputou uma vaga de deputada federal nas eleições de 2018 e concorreu à Câmara dos Vereadores de Teresina nas eleições de 2020.
O titular do 6º Distrito Policial de Teresina, delegado Odilo Sena, relatou que a vítima vivia em condições degradantes desde os 12 anos de idade. “Essa jovem desde os 12 anos de idade vivia em cárcere privado, sendo obrigada a realizar todas as tarefas domésticas, onde a dona da casa a mantinha sob constantes ameaças, além das torturas físicas e psicológicas”, disse o delegado.
Sena afirmou que a vítima foi mantida presa dos 12 aos 27 anos, trabalhando manhã, tarde, noite e até de madrugada, sem direito a sair e sem remuneração. “Foram 15 anos de intenso sofrimento. Felizmente, essa situação vai acabar agora e a acusada vai responder por tortura física e psicológica, redução à condição análoga de escravo e também cárcere privado”, ressaltou.
Durante depoimento, a vítima contou que raramente tinha permissão para sair de casa e era proibida de frequentar a escola. Além dos trabalhos domésticos, era responsável pelos cuidados do filho da acusada, que é autista. Ela é natural da zona rural de Chapadinha, Maranhão, e veio para Teresina sob a promessa de uma vida melhor. A família da vítima já havia tentado outros meios de resgatá-la, porém, sem sucesso.