Samanta é uma ludovicense que em 2018 se mudou para os Estados Unidos e começou a ganhar o coração dos seus seguidores ao compartilhar a rotina em Massachusstts. A maranhense criou um perfil nas redes sociais com objetivo de dividir a rotina com seus 12,5 mil seguidores.
Samanta fala sobre imigração, curiosidades da cultura, profissão, turismo e troca experiência com seus seguidores do Maranhão e de outras partes do Brasil. A maranhense fala que decidiu compartilhar o dia a dia após seus amigos e familiares terem muitas curiosidades, hoje ela faz diversos vídeos com dicas para ajudar, informando, aqueles que tem vontade de sair do país.
Leia a entrevista do Mais Maranhão com Samanta:
- Quando saiu do Maranhão e porque os Estados Unidos?
Sai do Maranhão em junho de 2017, fui para Santa Catarina, morei em Joinville por 11 meses e viajei para os Estados Unidos em Maio de 2018.
Eu e meu esposo estávamos planejando a minha ida para Portugal, que era onde ele morava na época e la eu poderia exercer a minha profissão ( no Brasil sou formada em Psicologia) mas ele ficou desempregado então a família dele que já morava aqui a muitos anos, deu a ideia de virmos para cá, já que as oportunidades são maiores. Ele veio primeiro e depois de 8 meses, eu vim.
- Porque decidiu compartilhar sua rotina nos Estados Unidos?
Entre os meus amigos mais próximos e a minha família, eu sou a primeira pessoa a imigrar, ou seja, entrar em um país estranho para morar, então as dúvidas eram enormes. Eles queriam saber como era o meu dia a dia, pq eu não estava trabalhando na minha área e também me perguntavam sobre a comida e os passeios, eu indicava alguns perfis públicos mas eles queriam saber de mim, qual era a minha opinião sobre aquilo, então eu comecei a mostrar tudo através das minhas experiências.
- Qual seu maior desafio na rotina em outro país?
O meu maior desafio sem dúvidas foi me reconhecer imigrante, aceitar que eu não morava e era cidadã do país que eu nasci, que eu não era mais a Samanta filha da professora, a Samanta Psicóloga, a menina do RH ou seja la quantos adjetivos eu tinha quando eu morava no Brasil. Eu cheguei aqui sem falar nada de inglês, dependia do meu esposo para tudo, quando eu me perdia nos lugares, eu não conseguia nem pedir ajuda. Eu ia nos lugares e não tinha nenhuma memória afetiva sobre ele ou quando encontrava amigos do meu esposo, eu não conseguia interagir com eles pois não entendia nada de crioulo e ficava boiando nas conversas. Meu esposo já tinha passado por um processo de imigração antes pois ele saiu de Cabo Verde para Portugal, então ele me alertou que eu não estava conseguindo aproveitar a oportunidade e ultrapassar as barreiras, daí voltei a fazer terapia com uma psicóloga e tudo mudou.
- Você sente falta da culinária ou algo da cultura maranhense?
A saudade vai mudando conforme o tempo, nos primeiros 6 meses eu tinha saudade até de andar de onibus e caminhar 15 minutos no sol quente até a parada mas hoje em dia eu sinto saudade do nosso tempero, da nossa comida, da nossa alegria e hospitalidade que só nós maranhenses temos. Sinto saudades demais do São João, do beju feito com a massa fresquinha, da jucara gelada…. Hoje minha saudade é muito especifica e ta diretamente ligada à comida e cultura. Eu tenho muito orgulho em ser maranhense
- Se você pudesse legar algo do Maranhão para os Estados Unidos, o que levaria?
A nossa alegria e a forma que comemoramos as festas e datas especiais. Eu lembro que podia ser um simples café da manhã, mas todo mundo estava super feliz, tinha música, as pessoas se abraçavam e conversavam sobre a vida e planos, eu sempre fui muito feliz quando eu estava no Brasil e eu nunca sonhei em sair daí. Nunca passou pela minha cabeça que um dia eu iria morar no exterior mas os nossos planos são diferentes dos planos de Deus e hoje eu consigo agradecer e aproveitar a oportunidade.