O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) capturou 1.830 animais peçonhentos e silvestres em áreas urbanas do estado entre janeiro e abril deste ano. Desse total, 68% das ocorrências foram registradas apenas na capital, São Luís. O número chama atenção e reflete um fenômeno cada vez mais frequente: o avanço das cidades sobre o meio ambiente e os efeitos das mudanças climáticas, que alteram o comportamento da fauna.
Entre os animais resgatados estão cobras, aranhas, jacarés, bichos-preguiça e uma ampla variedade de insetos, incluindo abelhas. Eles têm sido avistados em bairros residenciais, escolas e estabelecimentos comerciais, causando preocupação entre os moradores e mobilizando os bombeiros.
Segundo o tenente-coronel Marcos Bittencourt, chefe da 5ª Seção do CBMMA, a combinação de calor extremo, busca por abrigo e escassez de recursos naturais tem levado os animais a se aproximarem das áreas habitadas. “Com o calor intenso, por exemplo, é comum o aparecimento de cobras em busca de água, principalmente em locais com jardins, piscinas ou caixas d’água destampadas. A orientação é não tentar contato com esses animais, para evitar acidentes e também preservar a espécie”, explicou.
O CBMMA alerta que acidentes como picadas de aranhas, mordidas de cobras e ataques de animais silvestres são comuns nessas situações. Por isso, ao avistar qualquer animal desse tipo, a recomendação é não tentar capturá-lo e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Além das ações de resgate, a corporação desenvolve campanhas educativas em escolas e comunidades, promovendo a conscientização sobre prevenção e convivência segura com a fauna local. “A informação é a melhor forma de evitar acidentes. Muitos desses animais desempenham papéis importantes no equilíbrio ambiental, como o controle de pragas e roedores”, reforça Bittencourt.
Para garantir a segurança das pessoas e a preservação da fauna, o CBMMA conta com o apoio do Batalhão de Bombeiros Ambiental (BBA), especializado nesse tipo de ocorrência. Em caso de picadas, é fundamental procurar atendimento médico imediato e, se possível, identificar o animal para auxiliar no tratamento.
Com o crescimento desordenado das cidades e os impactos ambientais em curso, o convívio com espécies silvestres e peçonhentas tende a se intensificar, exigindo mais atenção, cuidado e educação por parte da população.