O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou na tarde de terça-feira (7) o trabalho de retirada de um caminhão e das bombonas contendo mais de 20 mil litros de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins, após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que liga o Maranhão ao Tocantins. O incidente ocorreu no dia 22 de dezembro, e uma empresa contratada pelo proprietário da carga foi responsável pela remoção dos materiais. O tempo necessário para a retirada depende das condições climáticas da região, que podem interferir nas operações de resgate.
A carga derramada inclui três tipos de agrotóxicos: Carnadine, utilizado no controle de pragas nas plantações; PIQUE 240SL, para o controle de plantas infestantes; e Tractor, voltado para o controle de plantas daninhas. Além disso, dois caminhões com ácido sulfúrico também caíram no rio, resultando em um pequeno vazamento identificado na segunda-feira (6).
Embora o volume exato não tenha sido confirmado, estima-se que cerca de 23 mil litros de ácido tenham se derramado, embora o Ibama tenha tranquilizado a população, afirmando que o volume não representa grandes riscos. Equipes de mergulhadores realizaram um reconhecimento no leito do rio para mapear a posição exata das substâncias, e uma equipe do Ibama acompanha todo o trabalho de retirada.
A operação acontece em meio a esforços de resgate de vítimas que estavam na ponte no momento do desabamento. O acidente resultou na morte de 14 pessoas, e três seguem desaparecidas. As buscas, que podem ser encerradas nesta terça-feira, dependem da disponibilidade de novas informações sobre o paradeiro dos desaparecidos.
Além disso, a correnteza do rio tem dificultado as operações, com a suspeita de que a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito tenha arrastado corpos e materiais para áreas mais distantes.
A queda da ponte também gerou impactos significativos na cidade de Estreito (MA), onde foi decretada situação de emergência. O prefeito Léo Cunha destacou a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos federal e estadual para lidar com as consequências da tragédia, que incluem prejuízos às atividades agrícolas e pesqueiras, além do risco de contaminação do rio com os produtos químicos.
A reconstrução da ponte está prevista para ser concluída até dezembro de 2025, conforme o contrato assinado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).