Nesta terça-feira (22), completa 20 anos do maior desastres da história do Programa Espacial Brasileiro. No dia 22 de agosto de 2003, 21 profissionais civis perderam suas vidas no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), situado no norte do Maranhão, em um acidente que, além das vidas ceifadas, adiou o ambicioso sonho brasileiro de marcar presença no espaço.
O evento, considerado não apenas o pior do Programa Espacial Brasileiro, mas também um dos maiores da corrida espacial global, ocorreu três dias antes do lançamento do foguete VLS-1 que tinha a missão de colocar em órbita dois satélites nacionais destinados à observação terrestre.
Já com toda a estrutura em volta do foguete montada e durante os ajustes finais na Torre Móvel de Integração (TMI), um dos motores teve uma ignição inesperada, levando o foguete a ser acionado antes do previsto. Isso resultou em uma explosão que matou dos 21 profissionais que atuavam na preparação.
De acordo com a investigação conduzida pelo Comando da Aeronáutica, cujas conclusões foram publicadas em fevereiro de 2004, atribuiu a tragédia a um “acionamento intempestivo”, originado por uma pequena peça que conectava o motor do foguete. Embora o Ministério da Aeronáutica tenha descartado teorias de sabotagem, falha humana grosseira ou influências meteorológicas, o relatório apontou diversas “falhas latentes”. Entre os aspectos preocupantes destacados estavam a “degradação das condições de trabalho e segurança”, incluindo saídas de emergência mal projetadas que conduziam ao interior da própria TMI e sinais evidentes de desgaste físico e mental dos profissionais envolvidos.