O governador do Estado do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou ontem (02), por meio de nota, novas medidas para lidar com o comércio e a crise financeira da cidade de Estreito após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. Na nota, o governador informou uma parceria com o Banco do Nordeste para oferecer crédito e renegociação de dívidas por meio do Programa Juros Zero ao município.
A cidade de Estreito, localizada na divisa entre o Tocantins e o Maranhão, depende diretamente do fluxo de veículos que circulavam diariamente pela ponte para manter a economia aquecida. Cerca de cinco pequenos municípios do Tocantins tinham Estreito como polo comercial da região. Com o colapso da estrutura, a economia local sofreu um impacto significativo, resultando em queda nas vendas e ameaças de demissões em massa.
Além da parceria com o Banco do Nordeste, Brandão também anunciou que, nos próximos dias, terá uma reunião com o prefeito de Estreito, Léo Cunha, e com a Associação Comercial. O objetivo é discutir estratégias para oferecer incentivos fiscais às empresas afetadas e promover ações que minimizem os impactos econômicos na cidade.
Operações de busca no rio Tocantins
Na manhã desta sexta-feira (3), foram retomadas as operações de busca no rio Tocantins por vítimas do desabamento da ponte JK, que liga Estreito (MA) a Aguiarnópolis (TO). As buscas haviam sido interrompidas temporariamente devido à abertura das comportas da Hidrelétrica de Estreito, após fortes chuvas.
As equipes de resgate receberam reforços do Corpo de Bombeiros de São Paulo, que se juntaram aos mergulhadores da Marinha e do Corpo de Bombeiros do Tocantins, Maranhão e Distrito Federal.
Até o momento, cinco pessoas permanecem desaparecidas, incluindo três vítimas que estavam em uma caminhonete localizada a 40 metros de profundidade. A Marinha divulgou imagens do veículo, onde foram encontrados apenas pertences pessoais, entregues às famílias.
Além disso, os bombeiros continuam as buscas pelos corpos de dois homens que estavam em motocicletas. Até agora, foram confirmados 12 óbitos.
A profundidade e a escuridão das águas do rio Tocantins representam grandes desafios para as equipes de resgate. As operações contam com o apoio de drones, robôs subaquáticos e câmaras hiperbáricas.
“Você gasta de três a quatro minutos só para chegar ao local e tem uma atuação de cinco a seis minutos no fundo. Então, tem que descer focado, executar e subir”, explicou o cabo Adriano Rocha.
A visibilidade limitada exige que os mergulhadores trabalhem com lanternas especiais. “Lá não conseguimos enxergar nada além do feixe de luz das lanternas. Por isso, cada mergulhador leva duas lanternas e conta com o apoio do parceiro para evitar qualquer imprevisto”, completou Rocha.
As autoridades seguem monitorando a situação e reforçando os esforços para minimizar os impactos econômicos e sociais causados pela tragédia.