O governador do Maranhão, Carlos Brandão, decretou na manhã desta quinta-feira (26) três dias de luto oficial no estado em razão do trágico desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na cidade de Estreito, que resultou em várias vítimas fatais e desaparecidos. O acidente, ocorrido no domingo (22), deixou a população em choque e causou grandes perdas, com o colapso da ponte, que interligava os estados do Maranhão e Tocantins. Até o momento, seis corpos foram encontrados no Rio Tocantins durante as buscas, e 11 pessoas continuam desaparecidas.
As equipes de resgate, compostas por bombeiros dos estados do Maranhão, Tocantins e Pará, além da Marinha, seguem incansavelmente nas operações de busca. Na tarde de ontem (25), duas novas vítimas foram localizadas, aumentando para seis o número de mortes confirmadas. O primeiro corpo encontrado foi de um homem, seguido por uma mulher, ambos próximos ao local do desabamento.
Mergulhadores retomaram os trabalhos após uma breve suspensão devido a preocupações com a possível contaminação da água por produtos químicos, mas análises da Agência Nacional de Águas (ANA) descartaram riscos. O Corpo de Bombeiros, no entanto, afirmou que novas amostras de água continuam sendo analisadas e barreiras de contenção foram montadas para evitar novos vazamentos dos produtos químicos, que estavam entre os veículos que caíram com a ponte.
Além das buscas, esforços estão sendo concentrados no apoio às famílias das vítimas. Ponto de apoio foram montados nas margens do Rio Tocantins, nos estados do Maranhão e Tocantins, oferecendo suporte psicológico e médico. A operação envolve 44 militares da Marinha, com o apoio de aeronaves, embarcações e veículos para o transporte de equipes e materiais.
A Justiça Federal também se manifestou sobre a tragédia, determinando que a União e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) apresentem um plano emergencial para minimizar os impactos da queda da ponte. A decisão ainda incluiu a avaliação dos danos ambientais causados pelo acidente e medidas para monitoramento da qualidade da água no rio.
O desabamento da ponte também gerou repercussões sobre a manutenção da estrutura, que era conhecida por seu estado precário. Relatórios do DNIT indicam que a ponte estava classificada com a nota 2 em uma escala de 1 a 5, apontando problemas estruturais que exigiam atenção urgente. Apesar disso, a licitação para a reabilitação da ponte, no valor de R$ 13 milhões, não teve sucesso, uma vez que nenhuma empresa venceu o processo entre novembro de 2021 e novembro de 2023.
Além da ação civil pública movida pelo Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo, que pede indenização e a realização de inspeções em outras pontes da região, a justiça determinou medidas para garantir a segurança da população e a continuidade dos serviços essenciais.
A operação de resgate e as investigações continuam, e o governo estadual segue acompanhando de perto a situação.