A cidade de Imperatriz, no Maranhão, ganhou destaque nacional após uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, no último domingo (05). Segundo uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), nos últimos seis meses, o município registrou um aumento de 40% no número de contas bancárias com indícios de fraudes, superando cidades maiores como Mogi das Cruzes (SP) e São Gonçalo (RJ).
De acordo com a FEBRABAN, muitas dessas contas fraudulentas estão ligadas ao uso de “laranjas” — pessoas que emprestam, alugam ou criam contas bancárias para movimentações financeiras ilegais, golpes e outros crimes. Atualmente, há redes organizadas operando nesse tipo de atividade, com anúncios facilmente encontrados na internet oferecendo valores entre R$ 500 a R$ 1.000 para quem disponibilizar sua conta para recebimento de recursos ilícitos.
Para combater esse problema, o Comitê de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN estuda implementar punições mais severas para quem emprestar seus dados pessoais para abertura de contas fraudulentas. Entre as possíveis sanções, está a proibição de acesso ao sistema financeiro por um período de dois a cinco anos para aqueles comprovadamente envolvidos.
Outro dado alarmante revelado pela pesquisa é que mais de 10 milhões de CPFs estão sob suspeita de participação em golpes bancários no Brasil. Por meio desses dados, é possível rastrear as movimentações financeiras e identificar padrões geográficos e perfis envolvidos nessas fraudes.
A análise também revelou que jovens entre 18 e 25 anos representam a maioria dos titulares dessas contas fraudulentas. Esse perfil tem sido monitorado com o auxílio de inteligência artificial, que possibilita mapear não apenas as cidades com maior incidência, mas também os padrões de comportamento dos envolvidos.
A situação de Imperatriz reflete uma tendência preocupante: cidades menores têm apresentado um crescimento expressivo de fraudes bancárias, enquanto grandes capitais registram uma estabilidade nesses números. O desafio agora é intensificar a fiscalização e aplicar medidas eficazes para combater esse tipo de crime que afeta diretamente a confiança no sistema financeiro brasileiro.