A Justiça do Maranhão converteu em prisão domiciliar a detenção de cinco vereadores do município de Turilândia, investigados por envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado cerca de R$ 56 milhões em recursos públicos. A decisão foi tomada após os parlamentares se entregarem à polícia, na Unidade Prisional de Pinheiro, no interior do estado. Com a medida, eles passarão a cumprir a prisão em casa, sob monitoramento por tornozeleira eletrônica, enquanto as investigações seguem em andamento.
Os vereadores beneficiados são Gilmar Carlos (União Brasil), Savio Araújo (PRD), Mizael Soares (União), Inailce Nogueira (União) e Ribinha Sampaio (União). De acordo com o Ministério Público do Maranhão (MP-MA), a conversão das prisões considerou a necessidade de garantir o funcionamento do Poder Legislativo municipal, uma vez que a prisão do prefeito de Turilândia, Paulo Curió (União Brasil), foi mantida pela Justiça.
Além do prefeito, a vice-prefeita Tânia Mendes e a primeira-dama do município também foram presas e encaminhadas ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Com a ausência do chefe do Executivo municipal, a expectativa é de que o presidente da Câmara Municipal assuma interinamente o comando da Prefeitura nos próximos dias, conforme prevê a legislação.
Paulo Curió se apresentou às autoridades na capital maranhense após permanecer dois dias foragido, situação semelhante à dos vereadores, que também se entregaram posteriormente. Segundo o MP-MA, ao todo, 21 mandados de prisão foram expedidos no âmbito da investigação, que envolve ainda empresários, servidores públicos, vereadores e um secretário municipal de Agricultura. Com a apresentação dos cinco parlamentares, todos os mandados foram cumpridos.
As apurações indicam que uma organização criminosa estruturada teria se instalado na Prefeitura e na Câmara Municipal de Turilândia, atuando principalmente no desvio de recursos das áreas da Saúde e da Assistência Social. O esquema é investigado no âmbito da Operação Tântalo II, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), como desdobramento da Operação Tântalo, realizada em fevereiro deste ano. Segundo o Ministério Público, mais de R$ 56 milhões teriam sido desviados por meio de empresas de fachada criadas para simular a prestação de serviços.











