De janeiro a julho deste ano, 52 pessoas foram resgatadas de trabalhos análogos à escravidão no Maranhão. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), as carvoarias são os locais com o maior número de registros desse tipo de situação no estado.
Esse número alarmante motivou o MPT a realizar, na última segunda-feira (11), em São Luís, uma audiência coletiva para discutir o enfrentamento do trabalho análogo à escravidão, com foco nas empresas produtoras de carvão.
Na audiência, estiveram presentes representantes das Federações das Indústrias, Agricultura e Pecuária do Maranhão, dos sindicatos que representam as empresas e os trabalhadores, além de empresas do setor.
As carvoarias representam um quinto das inclusões na ‘lista suja’ do trabalho escravo no Brasil. A siderurgia de ferro-gusa, utiliza como combustível e matéria-prima o carvão vegetal. Ele é a matéria-prima do aço, que é obtido após o ferro gusa passar por purificações e tratamentos na aciaria.
De acordo com o procurador do Trabalho do MPT-MA Rafael Mondego Figueiredo, que organizou a audiência, a temática faz parte dos objetivos gerais dos Grupos de Atuação Especial Trabalhista (GAETs), para execução do projeto nacional “Reação em Cadeia”, que tem como objetivo identificar, prevenir e comedir irregularidades trabalhistas.