O Maranhão possui mais de meio milhão de pessoas vivendo em favelas e comunidades urbanas com infraestrutura limitada, conforme dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo IBGE. O levantamento identificou 198 favelas distribuídas em 14 municípios do estado, totalizando 503.753 moradores em áreas marcadas pela insegurança da posse, oferta insuficiente de serviços públicos e condições precárias de urbanização. Em grande parte dessas regiões, calçadas apresentam obstáculos, como buracos e desníveis, e apenas 2,1% das vias contam com rampas de acessibilidade, índice considerado um dos mais baixos do país.
A capital São Luís concentra a maior parte dessa população: são 100 favelas e mais de 358 mil moradores, o equivalente a 71,2% de todos os habitantes que vivem nessas áreas no estado. Apesar de possuir alguns indicadores melhores que a média maranhense, como iluminação presente em 98,2% das vias e pavimentação que alcança 91,4% das ruas, a cidade ainda convive com sérias deficiências estruturais. Apenas 30,1% das moradias estão em ruas com bueiro ou boca de lobo para escoamento de água, e a acessibilidade segue baixa, com rampas presentes em apenas 1,9% das vias.
A arborização também é limitada: somente 31,5% dos moradores de favelas no Maranhão vivem em ruas arborizadas, índice que cai para 30,2% em São Luís. Já o acesso ao transporte público é mínimo. Apenas 5,6% dos moradores de favelas no estado residem próximos a vias com pontos de ônibus sinalizados, e na capital esse percentual chega a 5,8%, reforçando o isolamento urbano dessas comunidades.
O levantamento destaca ainda que a maior concentração dessa população está na Região Metropolitana de São Luís, composta pela capital e pelos municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Juntas, essas cidades reúnem parte significativa da população urbana maranhense e enfrentam os maiores desafios relacionados à urbanização desigual. O estudo reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes voltadas à infraestrutura, mobilidade e inclusão social, especialmente nas áreas mais vulneráveis do estado.











