“Oi, aqui é sua tia e esse é meu número novo”. Muita gente tem recebido mensagens assim todos os dias e, quem não fica em alerta, pode cair em vários golpes. Com a internet na palma da mão, por meio do celular, a população está cada vez mais conectada. O acesso à internet alcançou 84% da população brasileira em 2023, o que representa 156 milhões de pessoas conectadas no país, de acordo com pesquisa do Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade da Informação.
No Maranhão, o percentual é menor, mas crescente. De acordo com o IBGE, o estado tem 12,5% dos domicílios com acesso à Internet, porém, a internet móvel atinge um número bem maior da população. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2022), no Maranhão, 79,1% dos moradores do estado usam a internet pelo celular.
Seja qual for a fonte do acesso, é fundamental ter cuidados. Os números de crimes relacionados ao ambiente cibernético aumentaram mais de 100% desde 2021, segundo a Polícia Civil. De 2021 para 2022, as denúncias de crimes no ambiente virtual no Maranhão subiram de 1.825 denúncias para 3.748 denúncias, fora muitos outros casos que nem chegaram às autoridades.
Entre os principais crimes estão roubos de identidade e outras violações de segurança, até o ‘cyberstalking’ (que é um tipo de perseguição por meio da internet) assédio, bullying e exploração sexual infantil.
Diante do cenário e dos números, o professor é especialista em segurança de redes, Thalles Canela, dá dicas para evitar cair em fraudes pela internet. Uma delas é sobre os cuidados com as redes sociais:
“Com o aumento significativo de crimes virtuais, é imprescindível que adotemos uma postura mais cautelosa nas redes sociais. Primeiramente, é fundamental verificar a autenticidade de perfis e solicitações de amizade, especialmente de indivíduos desconhecidos ou cujas contas pareçam suspeitas. Muitos criminosos criam perfis falsos para coletar informações pessoais ou disseminar malwares. Além disso, recomendo configurar as configurações de privacidade das suas contas para limitar quem pode ver suas publicações e informações pessoais. Nunca compartilhe dados sensíveis, como endereços, números de telefone ou informações bancárias, publicamente. Estar atento às permissões que aplicativos e serviços online solicitam é outro ponto crucial; muitos pedem mais acessos do que realmente precisam para funcionar. Por último, mas não menos importante, mantenha sempre um olhar crítico sobre as mensagens que recebe, questionando a autenticidade e a origem, especialmente se contiverem solicitações de dinheiro ou dados pessoais. “
Dia de conscientização:
Dia 06 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional da Internet Segura. A data foi criada na União Europeia, em 2004, sendo lembrado no Brasil desde 2009. O objetivo da data é mobilizar instituições e usuários, principalmente jovens e crianças, a estimular o uso consciente e seguro dos computadores e dos telefones celulares.
Outro objetivo da data é buscar a conscientização sobre o compartilhamento de informações, com o combate às Fake News. O professor Thales explica quais sinais podem ser observados para checar a veracidade das informações e, assim, promover um ambiente digital mais seguro.
“Para combater as Fake News e promover um ambiente digital mais seguro, é essencial desenvolver habilidades de alfabetização digital entre os usuários da internet. Isso inclui aprender a verificar a origem das informações e a checar fatos por meio de fontes confiáveis. Uma técnica útil é analisar a URL do site para identificar possíveis sinais de falsidade, como erros de ortografia ou domínios suspeitos. Além disso, vale a pena desconfiar de notícias que provocam reações emocionais intensas ou que pareçam demasiado boas ou ruins para ser verdade. A utilização de ferramentas e sites especializados em fact-checking também é uma prática recomendável. Educar-se e aos outros sobre como identificar e desacreditar informações falsas contribui significativamente para a criação de um ambiente online mais seguro e confiável. Instituições educacionais, governamentais e organizações não governamentais têm um papel fundamental na disseminação dessas práticas, promovendo campanhas de conscientização e oferecendo recursos educativos sobre o tema”, defende o professor Thalles Canela.