A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (3) a segunda fase da Operação Fames-19, voltada a investigar supostos desvios de recursos públicos destinados ao combate da pandemia de COVID-19, incluindo verbas para a compra de cestas básicas. Em Imperatriz (MA), os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão para coletar provas sobre contratos suspeitos e o uso irregular de emendas parlamentares. A operação também ocorreu em Palmas e Araguaína (TO), Distrito Federal e João Pessoa (PB). O inquérito é conduzido sob sigilo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Mais de 200 policiais federais participaram da ação, que incluiu o cumprimento de 51 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas judiciais para reunir evidências sobre o recebimento de vantagens ilícitas por políticos e servidores públicos. Conforme os levantamentos da PF, os contratos investigados somam mais de R$ 97 milhões para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, mas os desvios podem ter causado prejuízo estimado em mais de R$ 73 milhões aos cofres públicos. Os recursos teriam sido usados para construção de imóveis de alto padrão, aquisição de rebanho bovino e pagamento de despesas pessoais.
A operação evidencia um esquema de corrupção que teria ocorrido entre 2020 e 2021, período em que os investigados se beneficiaram do contexto de calamidade pública da pandemia. A Polícia Federal mantém canais para recebimento de informações e denúncias sobre o caso, por meio do e-mail [email protected], pelo WhatsApp (63) 3236-5512 e presencialmente na Superintendência Regional do Tocantins.
O cumprimento dos mandados em Imperatriz e outros estados reforça a atuação da PF no combate à corrupção e à má utilização de recursos públicos, principalmente em situações de emergência, como a pandemia de COVID-19. A investigação busca responsabilizar os envolvidos e recuperar os valores desviados, garantindo transparência e fiscalização sobre os recursos destinados à população.