Em julgamento na cidade, o juiz titular da Comarca de Morros presidiu, na última semana, o caso de um policial militar condenado a 18 anos e um mês de reclusão por crimes de estupro de vulnerável e prática de aborto sem o consentimento da vítima.
O polêmico processo, que tramitou sob sigilo, apontou outro envolvido no crime de aborto, o qual não foi pronunciado.
De acordo com a denúncia, o crime ocorreu em março de 2011 no Povoado Una dos Moraes, em Morros. O acusado teria abusado sexualmente de uma menor de apenas 13 anos, resultando em uma gravidez indesejada. A investigação destacou o comportamento predatório do réu, que constantemente assediava a menina no trajeto para a escola com abordagens e propostas românticas, chegando até a frequentar a mesma igreja que a vítima.
Os primeiros sintomas da gravidez surgiram um mês após o abuso, com o acusado prometendo à jovem que tudo ficaria bem. Três meses depois, ao descobrir a gravidez da adolescente, ele e um cúmplice planejaram um aborto à revelia da vítima.
A fim de concretizar o plano, o policial militar adquiriu um medicamento abortivo, o Citotec, enganando a adolescente ao alegar que o remédio era para aliviar os enjoos. Utilizando-se da confiança que a vítima depositava nele, levou-a até a cidade de Rosário, onde o aborto foi realizado.
Contudo, após o procedimento, a vítima sofreu graves complicações, resultando em hemorragia e necessidade de internação hospitalar. Ao término do ocorrido, o acusado tentou silenciar a vítima e sua família, oferecendo a quantia de 600 reais mensais para que o caso não fosse divulgado.
O veredito do júri, realizado a portas fechadas, não só determinou a reclusão do réu, mas também a perda do seu cargo como policial militar. Além disso, foi estipulada uma indenização de 50 mil reais à vítima pelo trauma e danos sofridos.