Seis trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em carvoaria localizada nos município de Grajaú, em operações realizadas no período de 16 a 27 de janeiro. As ações foram conduzidas em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF).
De acordo com as autoridades, os trabalhadores viviam em condições extremamente precárias e eram submetidos a diversas irregularidades trabalhistas nas carvoarias inspecionadas. Entre as violações identificadas estavam o excesso de jornada, a ausência de concessão de férias, a falta de fornecimento adequado de equipamentos de proteção individual, além de transporte irregular, entre outras.
A situação dos trabalhadores nas carvoarias era ainda mais preocupante devido às condições desumanas em que viviam. Eles estavam alojados em uma casa de taipa, onde havia grande sujeira, goteiras e mau odor. A falta de água potável e de banheiro obrigava os trabalhadores a realizar suas necessidades ao relento. Além disso, Segundo eles, havia ratos no local.
A ação conjunta faz parte de um projeto piloto destinado à fiscalização de trabalho em condições análogas à escravidão em carvoarias que integram a cadeia produtiva do aço e da ferro-gusa. O procurador Maurel Selares enfatizou a importância de regularizar as condições de trabalho nessa cadeia de fornecimento e de exigir medidas eficazes de monitoramento e prevenção por parte das siderúrgicas controladoras do mercado.
Até o momento, ninguém foi preso no contexto dessas operações de resgate, e as investigações continuam em curso para responsabilizar os envolvidos nas irregularidades trabalhistas e nas condições desumanas a que esses trabalhadores estavam submetidos.