Três trabalhadores do Maranhão foram resgatados, junto a outros treze, em condições análogas às de escravizados em um navio de uma empresa norueguesa ancorado na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador. A operação de resgate, realizada entre os dias 23 e 27 de setembro, foi conduzida por auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia, com o apoio da Marinha do Brasil.
Os trabalhadores maranhenses, junto a outros empregados nascidos em Salvador e Espírito Santo, haviam sido contratados por uma empresa de Vitória para realizar serviços de lavagem e pintura dos porões de um navio cargueiro de bandeira das Ilhas Marshall, pertencente a uma empresa norueguesa. As investigações revelaram que, ao longo de cinco dias, eles viveram em condições extremamente precárias a bordo da embarcação.
Os resgatados não tinham acesso a um local adequado para alimentação, descanso ou higiene pessoal. Apesar do trabalho exigir grande esforço físico, os trabalhadores dormiam em redes e colchões improvisados no convés, expostos a intempéries e sem conforto. As condições de higiene eram alarmantes: os banhos eram realizados com uma mangueira a céu aberto, sem privacidade, e as refeições eram consumidas no chão do convés, lado a lado com os materiais de trabalho.
A jornada de trabalho chegava a 14 horas diárias, iniciando às 6h e encerrando às 21h, com apenas uma hora para o almoço. A fiscalização era parte de uma ação focada em verificar a segurança da navegação de embarcações estrangeiras, realizada em conjunto por auditores-fiscais do trabalho e inspetores navais.
Após o resgate, os trabalhadores foram retirados do navio e receberam hospedagem em terra providenciada pelo empregador, enquanto aguardavam o pagamento das verbas salariais e rescisórias devidas. Parte dos pagamentos foi realizada no dia 24, e os últimos empregados retornaram aos seus estados de origem no dia 25.
Os requerimentos de seguro-desemprego foram cadastrados entre os dias 26 e 27.