O Maranhão tem 261 áreas em 55 municípios em situação de conflitos agrários. Nos últimos dias, um caso ganhou destaque após famílias terem suas casas queimadas em meio a conflitos agrários, em Balsas, no Sul do Maranhão. No Brasil, o Maranhão é um dos estados com o maior número de processos de regularização de territórios quilombolas. Ao todo são 419 processos em tramitação. São mais de 55 mil famílias que vivem sob ameaça de perder as terras em que vivem há décadas.
A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema) fez a denúncia da situação de conflitos agrários para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. “A gente pediu para que pudesse dialogar com os governos estaduais e federal para viabilizar o andamento com mais agilidade da titulação de todas as áreas de quilombo. E um olhar especial à segurança, por conta dos conflitos agrários”, diz ngela Silva, da Fetaema.
Na última quinta-feira (14), os peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) realizaram uma perícia nas casas dos trabalhadores rurais que foram alvo de um incêndio devastador no último dia 23 de agosto, que resultou na destruição de três residências, na comunidade Bom Acerto, localizada na zona rural de Balsas, a 389 km de Imperatriz.
Relembre o caso:
Essa investigação faz parte de um inquérito mais amplo que procura determinar as causas do incêndio na comunidade, o relatório resultante será anexado ao caso em andamento.
A situação em Bom Acerto é especialmente tensa devido ao histórico de conflitos agrários que remonta a agosto de 2020. Naquela época, trabalhadores rurais foram expulsos de suas terras e tiveram suas casas e plantações destruídas por um trator.
Desde então, as famílias afetadas têm buscado justiça na Vara Agrária do Maranhão para manter o direito às suas propriedades.