O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Maria Ísis, de 5 anos, morreu em decorrência de uma fratura na cervical provocada por ação contundente, ou seja, por um impacto violento ou objeto duro que causou a quebra do pescoço. O crime aconteceu no dia do aniversário da menina, em Trizidela do Vale, no Maranhão, e chocou moradores da região.
De acordo com a Polícia Civil, o corpo da criança apresentava ainda marcas de agressões em várias partes, além de lesões na cabeça. O caso é tratado como feminicídio, com indícios de violência doméstica e maus-tratos.
O principal suspeito do crime, José Jailson de Menezes Silva, padrasto da vítima, está preso preventivamente. Já a mãe de Maria Ísis, Maria das Graças da Conceição Souza, também foi presa e é investigada por possível omissão, já que, segundo a polícia, as agressões vinham acontecendo havia cerca de sete meses, período em que José Jailson convivia com a família.
No dia do crime, José Jailson deixou a menina no hospital e fugiu em seguida, afirmando que a mãe dela chegaria para acompanhá-la. Maria Ísis não resistiu e morreu no hospital.
Durante audiência de custódia realizada por videoconferência no dia 28 de junho, José Jailson e Maria das Graças negaram envolvimento no crime. Porém, em depoimento à Polícia Civil, a mãe da criança afirmou ter presenciado as agressões do companheiro contra a filha e disse ter tentado impedir, mas também teria sido ameaçada e agredida. Entretanto, exame de corpo de delito não encontrou nenhuma lesão nela, o que levantou dúvidas sobre essa versão.
Ainda na audiência, José Jailson declarou que quem matou a criança teria sido a própria mãe, versão que também está sob investigação. O padrasto possui antecedentes por lesão corporal registrada em 2021, contra uma pessoa menor de idade e com deficiência, na cidade de Igarapé Grande.
A residência da família passou por perícia para tentar identificar qual objeto teria sido utilizado na agressão que resultou na morte de Maria Ísis. O inquérito segue em andamento, e a Secretaria de Segurança Pública informou que os laudos periciais farão parte do processo, mas não serão divulgados antes da conclusão das investigações.
A Secretaria de Administração Penitenciária comunicou que os dois suspeitos seguem custodiados no sistema prisional maranhense, à disposição da Justiça.