O Maranhão é o estado que mais desmatou o cerrado em 2023, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). De janeiro até dezembro, 2.927 km² de área do bioma foram desmatados, o que representa 3,30% a mais que no mesmo período de 2022.
Ainda de acordo com o INPE, o município de Balsas, no Sul do Maranhão, foi o terceiro do país que mais desmatou o cerrado no ano passado. Foram 319,08 km² de áreas abertas na cidade que possui grande atuação do agronegócio.
Logo atrás, também na região Sul do Maranhão, aparece o município de Alto Parnaíba, com 255,55 km² de cerrado desmatado. É na área do MATOPIBA (abrangendo também o Tocantins, Piauí e Bahia) que o desmatamento tem acontecido com mais intensidade.
Entidades ligadas aos trabalhadores rurais alegam que a retirada da vegetação de forma indiscriminada, além dos prejuízos para o meio ambiente, está expulsando as comunidades tradicionais que dependem do cerrado maranhense para sobreviver.
“As comunidades tradicionais que significativamente protegem este bioma por meio de suas práticas sustentáveis estão sendo expulsas de suas terras, tradicionalmente ocupadas, por ausência de políticas públicas que lhe garantam título de propriedade”, disse Diogo Cabral, advogado da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (FETAEMA), no ano passado.
O desmatamento do cerrado têm chamado a atenção dos pesquisadores porque está em tendência de crescimento, na contramão do que acontece na floresta amazônica. Foi a primeira vez que o desmatamento no cerrado superou o bioma amazônico.
A Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão diz que está acompanhando o crescimento do desmatamento no cerrado e que há um processo administrativo por irregularidades ambientais contra uma empresa que seria responsável pelo desmatamento.