A Polícia Civil do Maranhão concluiu o inquérito sobre a morte do policial militar Geidson Thiago da Silva, ocorrida na noite de 6 de julho durante uma vaquejada no município de Trizidela do Vale. O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), foi indiciado por homicídio. De acordo com as investigações, ele efetuou todos os disparos que atingiram a vítima pelas costas.
O caso será agora encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se apresenta ou não denúncia formal à Justiça. João Vitor está preso preventivamente desde o dia 15 de julho, quando se entregou à polícia em São Luís. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), ele está custodiado em cela individual, com cama e banheiro, como previsto legalmente para chefes de governo.
Crime:
Testemunhas relataram que o policial, que estava de folga, pediu ao prefeito que diminuísse a intensidade dos faróis do carro, pois a luz estaria incomodando participantes do evento. Após a discussão, João Vitor teria sacado um revólver calibre .38 e atirado contra Geidson Thiago, conhecido como “Dos Santos”, lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar.
A vítima foi atingida pelas costas, segundo a investigação, o que contraria a versão apresentada pelo prefeito em depoimento, de que teria agido em legítima defesa. O policial foi socorrido e encaminhado a um hospital em Pedreiras, sendo posteriormente transferido para outra unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. O sepultamento ocorreu no dia 8 de julho.
Prisão e investigação
João Vitor chegou a prestar depoimento no dia seguinte ao crime, mas foi liberado por não ter sido preso em flagrante. No dia 14 de julho, a Justiça decretou sua prisão preventiva e autorizou mandados de busca e apreensão. O prefeito se apresentou no dia seguinte, em São Luís.
A decisão do juiz Luiz Emílio Braúna Bittencourt Júnior apontou a necessidade da prisão para garantir a ordem pública e permitir a localização da arma do crime, que ainda não foi encontrada. Em depoimento, João Vitor afirmou que o revólver foi jogado no local do crime e que a arma seria um presente de um eleitor, sem registro legal.
Afastamento e salário
Antes de ser preso, João Vitor solicitou licença médica de 125 dias, alegando abalo emocional, necessidade de tratamento psiquiátrico e ser paciente bariátrico. A Câmara Municipal de Igarapé Grande aprovou o afastamento por unanimidade, e a vice-prefeita Maria Etelvina assumiu o comando do município de forma interina. Mesmo afastado, João Vitor continua recebendo salário mensal líquido de R$ 13.256,08.