A Polícia Federal continua à procura do prefeito eleito de Nova Olinda do Maranhão, Ary Menezes (PP). A prisão dele foi determinada pela Operação Cangaço, deflagrada ontem (12) pela PF para desarticular um esquema criminoso de corrupção eleitoral. O prefeito eleito é apontado como líder da organização criminosa e já é considerado foragido da Justiça.
Além da ordem de prisão contra Ary Menezes, a operação cumpriu outros 12 mandados: três de prisão temporária e nove de busca e apreensão nas cidades de Nova Olinda, São Luís e Cantanhede.
O vice-prefeito eleito de Nova Olinda, Romildo da Farmácia, está entre os presos. A coligação deles venceu as eleições municipais com apenas dois votos de diferença em relação à segunda colocada.
As investigações apontam que vários eleitores foram abordados e receberam ofertas em dinheiro e materiais de construção para votar em determinado candidato a prefeito, mas passaram a ser alvo de ameaças e represálias do grupo envolvido no esquema criminoso, inclusive com o uso de armas de fogo, por se negarem a votar na pessoa indicada.
Outras vítimas das ameaças afirmaram que foram intimidadas e ameaçadas por pessoas armadas ligadas ao grupo investigado, sendo obrigadas a retirar objetos de propaganda política de candidato adversário e a parar com atos de campanha política.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos da seguinte forma: sete em Nova Olinda, dois em São Luís e um em Cantanhede. As quatro prisões são contra pessoas pessoas em posição de liderança que intimidaram eleitores.
A investigação policial verificou fortes indícios de cometimento dos delitos previstos no Código Eleitoral (compra de votos e intimidação de eleitores), além de outros crimes conexos: art. 158, §1º do Código Penal (extorsão qualificada), art. 1º, inc. II do Dec. Lei 201/67 (Desvio de recursos públicos), art. 2º da 12.850/2013 (constituição de Organização Criminosa), e art. 1º da Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro).
O nome da operação, Cangaço Eleitoral, refere-se ao modo de agir do grupo, que, para alcançar o fim desejado, além dos atos próprios da “compra de votos”, se utilizou de várias artimanhas, intimidando e ameaçando eleitores e candidato, inclusive ostentando armas de fogo.
O espaço fica aberto caso a defesa de Ary Meneses queira se pronunciar.