O Ministério Público do Maranhão, através do Grupo Especializado no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), cumpriu mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (03), em casas do pastor José Alves Cavalcante, conhecido como Pastor Cavalcante, nos municípios de Imperatriz, Açailândia e Governador Edison Lobão, no Maranhão. As investigações do MP apontaram um esquema de “rachadinha”.
A operação chamada de “Damnare Avarita”, investiga denúncias de “rachadinhas”, no gabinete do ex-deputado estadual. A ação deu início após investigações da 2ª Promotoria de Justiça Especializada de Açailândia, onde o titular é o promotor de justiça Denys Rêgo. De acordo com as investigações, enquanto era deputado estadual, o pastor recebia dos funcionários da Assembleia Legislativa parte do salário dos assessores do seu gabinete.
Segundo o MP, a prática era conhecida como “rachadinha”, por meio de familiares e funcionários da confiança do pastor. Essas pessoas recebiam grande quantidade de dinheiro em espécie para fazer depósitos com ou sem identificação. A investigação também envolve a tesouraria das igrejas lideradas por ele. Além das casas do investigado, a casa do filho do pastor Cavalcante e do tesoureiro das igrejas vinculadas ao ex-deputado estadual, foram alvos da operação do Gaeco.
Ainda segundo as investigações da justiça, foi levantado que vários assessores do ex-deputado estadual sacavam os valores de suas remunerações em espécie em caixas eletrônicos ou na própria agência bancária, de forma sistemática, durante o período em que estiveram em vínculo com a Assembleia Legislativa do Maranhão. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, bens, documentos, computadores e arma de fogo. Devido a posse irregular de arma de fogo, o pastor foi conduzido à Delegacia Regional de Polícia Civil de Imperatriz.
Operação Damnare Avarita
De acordo com o relatório das investigações do Ministério Público, o nome Damnare Avarita vem do latim, que traduzido para o português fica “Ganância Maldita”. O termo maldito usado no nome da operação vem do versículo de Jeremias 48:10: “Maldito aquele que fizer a obra do senhor fraudulosamente”, se referindo à prática do investigado.