O prefeito de Santa Inês, Luís Felipe Oliveira de Carvalho, mais conhecido como “Felipe dos Pneus”, foi afastado do cargo após ser apontado como líder de um esquema de fraudes que desviou aproximadamente R$ 55 milhões dos cofres públicos. A operação deflagrada pelo Ministério Público do Maranhão revelou que o valor milionário foi desviado do dinheiro destinado à manutenção das necessidades básicas da cidade de Santa Inês.
A investigação teve início a partir do compartilhamento de provas pela Polícia Federal, após a Operação Free Rider, realizada em abril de 2022. O material compartilhado evidenciou um esquema de direcionamento e montagem de licitações, no qual as empresas contratadas pelo município de Santa Inês pagavam propina ao prefeito e a pessoas ligadas a ele.
Com o aprofundamento das investigações pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), foram obtidas provas que revelaram o envolvimento de várias pessoas físicas e jurídicas que atuavam em conjunto para desviar recursos públicos através da Prefeitura de Santa Inês, administrada por “Felipe dos Pneus”.
Os investigados desviaram aproximadamente R$ 55 milhões, que deveriam ter sido utilizados para suprir as necessidades básicas da comunidade local. As fraudes envolviam contratos de fornecimento de medicamentos, materiais de saúde, recuperação de estradas vicinais e serviços de engenharia para a Prefeitura, entre outros.
O esquema contava com a participação direta do prefeito, além de dois articuladores responsáveis por montar licitações fraudulentas e controlar o repasse de propina. Também havia a colaboração de servidores comissionados ligados à Prefeitura, que garantiam a aparência de legalidade das contratações, e de empresas beneficiárias e intermediárias, juntamente com seus sócios.
A organização criminosa que operava em Santa Inês tinha três figuras principais. O prefeito Luís Felipe Oliveira de Carvalho era o grande chefe, enquanto Antônio Neto Magalhães e Samuel Martins atuavam como articuladores. Cada um desempenhava papéis específicos na realização dos crimes, que incluíam organização criminosa, fraude em licitação, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro. Com essa divisão de tarefas, os três estavam à frente de um esquema de crimes de colarinho branco.