O prefeito de Santa Inês, Felipe Oliveira de Carvalho, mais conhecido como “Felipe dos Pneus”, voltou ao cargo de prefeito da cidade, conforme decisão da Justiça do Maranhão. Felipe dos Pneus havia sido afastado na terça-feira (30), por ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), onde é acusado de liderar uma organização criminosa responsável por crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro no município de Santa Inês.
A decisão que o afastou do cargo foi da desembargadora Sônia Maria Amaral Fernandes Ribeiro, relatora da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. No documento judicial, a desembargadora esclareceu que o afastamento foi necessário para evitar interferências nas investigações.
Em declaração oficial, o prefeito negou as acusações, afirmando estar tranquilo, colaborando com a justiça e acreditando na prevalência da verdade.
As investigações estão focadas em fraudes e recebimento de propinas. A operação, denominada ‘Tríade’, está sendo conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e já emitiu 19 mandados de busca e apreensão em diversos municípios, incluindo Santa Inês, São Luís, Raposa, Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Pinheiro, Codó, Davinópolis, Governador Newton Belo e Teresina (PI).
As investigações iniciaram com a Polícia Federal através da operação ‘Free Ride’, realizada em 2022, que obteve informações sobre o suposto esquema. De acordo com a PF, os crimes envolviam licitações fraudadas, contratos superfaturados para a compra de medicamentos e insumos hospitalares, além da recuperação de estradas vicinais e serviços de engenharia para a prefeitura.
Segundo as investigações, os contratos eram manipulados para beneficiar empresas que subornavam Felipe dos Pneus, com a assistência de dois articuladores que utilizavam servidores comissionados ligados à prefeitura para assegurar a aparência de legalidade nas contratações.
O Ministério Público do Maranhão estima que, juntos, os investigados desviaram cerca de R$ 55 milhões dos cofres públicos que deveriam ter sido destinados aos cuidados básicos da população.
Por exemplo, na operação da PF, os contratos investigados totalizaram mais de R$ 8,5 milhões e envolveram uma empresa sediada em Teresina/PI, encarregada de fornecer medicamentos e insumos hospitalares para Santa Inês. A PF ressaltou que, apesar do alto valor dos contratos realizados pela Secretaria de Saúde de Santa Inês, em certos períodos, faltavam insumos básicos no hospital e na rede pública municipal, forçando os cidadãos a procurarem atendimento em municípios vizinhos.