Após a grande repercussão e os questionamentos sobre a situação do réu condenado dentro da PM, a Polícia Militar informou que o policial militar Jean Claude dos Reis Apinajé, condenado a 16 anos de prisão por matar o cinegrafista José de Ribamar Carvalho Filho, foi afastado das funções por ter sido considerado mentalmente incapaz.
O Ministério Público do Maranhão, entretanto, afirmou que o policial não chegou a ser expulso, mas sim reformado, que é como se fosse uma aposentadoria. Dessa forma, mesmo após quase 10 anos do crime, ele continua recebendo o salário como PM reformado todos os meses.
O crime pelo qual ele foi condenado aconteceu em novembro de 2014, em Imperatriz, após o PM abordar o cinegrafista em um bar e atirar cinco tiros contra a vítima. O MP informou que a motivação do crime foi por vingança, já que o cinegrafista denunciou o PM por agressão a dois sobrinhos da vítima.
Jean foi levado a julgamento apenas nessa quarta-feira (24). O policial foi condenado por homicídio duplamente qualificado e por um disparo de arma de fogo no muro da casa dos pais da vítima. Apesar de ter sido condenado pelo tiro, o crime prescreveu devido à demora para que o julgamento acontecesse. Dessa forma, ele não responderá pelo disparo e continua em liberdade. O Ministério Público do Maranhão disse que vai recorrer da decisão.
O CRIME
Segundo o inquérito policial, José de Ribamar estava no bar, por volta das 19h30, acompanhado das filhas e de uma amiga, quando o Soldado Reis entrou no local com uma arma na mão e, sem qualquer discussão, apontou a arma para a vítima, que correu até um beco no quintal do imóvel. O cinegrafista foi encurralado e baleado.
O laudo da perícia apontou que todos os tiros acertaram as costas e nádegas da vítima, comprovando que o ataque não permitiu recurso de defesa.
DEPOIMENTOS
A filha da vítima informou à polícia que, ao se dirigir ao local onde seu pai foi baleado, confrontou com o autor do crime, que ainda chegou a apontar a arma de fogo para ela. Em depoimento, a filha acrescentou que o PM usava capacete, blusa e bermuda pretas, além de ter uma faixa branca no braço direito.
Também em depoimento, o policial admitiu ter uma motocicleta Tornado amarela e uma pistola calibre “.380”, iguais às utilizadas pelo assassino da vítima’. Acrescentou, ainda, ser viciado em drogas associadas a medicamentos psicotrópicos, sob efeito dos quais estava no dia do crime. Ele afirmou também não se lembrar dos acontecimentos ocorridos no dia do homicídio.